quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Revolução Francesa



Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre 5 de Maio de 1789







e 9 de Novembro de 1799, alteraram o quadro político e social da França. Em causa estavam o







Antigo Regime (Ancien Régime) e a autoridade do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos







ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da







história da humanidade.




A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu







a servidão e os direitos feudais na França e proclamou os princípios universais de "Liberdade,







Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean Nicolas Pache.




Terminaram os privilégios da nobreza e do clero, um primeiro passo no sentido do igualitarismo.







É importante lembrar que a Revolução Francesa semeou novas ideologias na Europa, conduziu a







guerras, mas foi até certo ponto derrotada pela tentativa de retornar aos padrões políticos,







sociais e institucionais do Antigo Regime através de um movimento denominado de Restauração







ou Contra-Revolução. Nesse período, o rei francês Luís XVIII outorgou a seus súditos uma Carta







Constitucional.




A Revolução Francesa pode ser subdividida em quatro grandes períodos: a Assembléia







Constituinte, a Assembléia Legislativa, a Convenção e o Directório







Causas da Revolução




As causas da revolução são remotas e imediatas. Entre as do primeiro grupo, há que considerar

que a França passava por um período de crise econômica após anos de prosperidade. A

participação francesa na Guerra da Independência dos Estados Unidos da América, os elevados

custos da Corte de Luís XVI e a crise na agricultura, tinham deixado as finanças do país em mau

estado.


Os votos eram atribuídos por ordem (1- clero, 2- nobreza, 3- Terceiro Estado ou povo) e não por

cabeça. Havia grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro Estado

prejudicado com a aprovação das leis.

Os chamados Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava o país,

deixando obviamente a balança comercial negativa ante os elevados custos das sucessivas

guerras, altos cargos públicos e os supérfluos gastos da corte do rei Luís XVI.


O rei Luís XVI acaba por convidar o Conde Turgot para gerir os destinos do país como ministro e

implementar profundas reformas sociais e económicas.



[editar] Sociais

A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII possuía dois grupos muito

privilegiados:

- o Clero ou Primeiro Estado, composto pelo Alto Clero, que representava 0,5% da população

francesa, era identificado com a nobreza e negava reformas, e pelo Baixo Clero, identificado com

o povo, e que as reclamava;


- a Nobreza, ou Segundo Estado, composta por uma camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia

à custa do Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com as rendas dos feudos, e

uma camada chamada Nobreza Togada, em que alguns juízes e altos funcionários burgueses


adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros. Aproximava-se de 1,5% dos

habitantes.

Esses dois grupos (ou Estados) oprimiam e exploravam o Terceiro Estado, constituído por

burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada heterogênea composta por

artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam,

diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres. Os impostos e contribuições para o rei, o

clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham

isenção tributária como ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.

A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia era agrícola. Quando

uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região, a população foi

obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era constantemente explorada e a cada

ano tornava-se mais miserável. Vivia à base de pão preto e em casas de péssimas condições, sem

saneamento básico e vulneráveis a muitas doenças.

A eavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz do pensamento Iluminista,

representado por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John Locke, Immanuel Kant etc. Eles

forneceram pensamentos para criticar as estruturas políticas e sociais absolutistas e sugeriram a

idéia de uma maneira de conduzir liberal burguesa.

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